Uma espécie de pintura, mas reversa, onde no lugar de um pincel, é utilizado um pedaço de pano, que retira as camadas de fuligens acumuladas nos túneis da cidade. Essa foi a forma que o artista plástico Alexandre Orion utilizou para manifestar a sua arte. A temática: Crânios humanos estilizados. Ele cria as catacumbas simbólicas nesses túneis. Mas a sua arte é efêmera: A Prefeitura acaba destruindo apagando as suas obras definitivamente com jatos de água. Uma forma de censura velada, uma vez que essa limpeza é feita apenas na parte em que o artista interferiu, deixando inconscientemente o outro lado dos túneis, em que não foi mexido. Isto é, uma tentativa de apagar a suposta “denúncia”.

É interessante ver mais detalhes na exposição que está acontecendo no Centro Cultural Banco do Brasil, e que vai até o dia 9 de maio de 2010. Além dos painéis fotográficos, mostrando os flagrantes nos túneis e acompanhados de textos, você encontrará as amostras das pinturas, simulando o processo da instalação (Importante: Não toque neles, senão terás problemas para ver as outras exposições sem sujar as paredes, as roupas...). Também tem o vídeo documentário, mostrando o artista trabalhando, e as interrupções feitas pelos seguranças (de armas no punho...),e que não foram poucas vezes.

Coincidentemente quando estive na exposição, nesse dia 8, quinta-feira de abril, o artista estava fotografando os trabalhos feitos pelos visitantes, em uma sala anexa, e que foram inspirados na sua obra. Foi a oportunidade para uma boa conversa, mas curta. Ele mantém um site próprio, onde estão apresentados outros dos seus trabalhos: www.alexandreorion.com.

Toda a exposição está sendo feita no subsolo do Centro Cultural Banco do Brasil (para simular

o ambiente de uma catacumba...), e que abre de terça a domingo, das 10 às 20 horas, na Rua Álvares Penteado, 112 (próximo às estações Sé e São Bento do Metrô). A entrada é franca.